Criar um blockbuster é algo naturalmente desafiador, sobretudo quando se trata de uma série consagrada. Afinal, a ideia normalmente é agradar a gregos e a troianos, inovando, mas sem perder de vista a trajetória até ali. No caso da Naughty Dog, entretanto, os principais críticos são os próprios desenvolvedores. Uncharted 4: A Thief’s End, por exemplo, deve ser “um dos melhores jogos de todos os tempos”, conforme o desafios autoimposto pelo estúdio.
Em entrevista ao site Game Informer, os codiretores da softhouse, Bruce Straley e Neil Druckmann, falaram um pouco sobre o processo de criar algo com as proporções de Uncharted — em uma espécie de mistura de autocrítica com uma inspiração permanentemente alimentada por discursos motivacionais narcisistas. Como tem que ser, há quem diga.
Meu projeto, meu bebê
Straley explicou ao referido veículo que toda a equipe da Naughty Dog enxerga Uncharted 4: A Thief’s End se fosse seu bebê. “Aquela textura, eu preciso fazer daquela textura a mais maravilhosa do mundo”, diz o executivo, ecoando o espírito que normalmente pode ser encontrado entre os funcionários do estúdio — conforme todos colocam “seus corações e suas almas” no projeto.
“Se eu não quiser jogar algo, então provavelmente eu também não quero produzi-lo. É simples assim”, disparou o sujeito, quase antecipando um epitáfio. Em seguida, Druckmann tomou a palavra, admitindo que a equipe da softhouse possui uma “fome” por algo diferente, em relação aos três primeiros jogos. A ideia é tentar encontrar algo que assegure que todos os novos sistemas funcionem corretamente, de forma que todos se sintam orgulhosos ao final.
“Nós somos a Naughty Dog!”
De acordo com Straley, o resultado precisa ser algo sobre o qual se possa dizer: “Isto é Uncharted 4”. Entretanto, embora o processo seja um desafio, o executivo afirma que sempre que algo de realmente pedregoso é colocado como problema, não falta quem levante a voz e diga “Nós somos a Naughty Dog!” — espécie de mantra que simultaneamente levanta a moral da equipe e coloca as coisas nos eixos.
“Nós somos a Naughty Dog. Nós estamos tentando fazer um dos melhores jogos que há por aí”, disse Straley. Ele complementa ainda que por trás dos queixos caídos que vários dos games da desenvolvedora deixam para trás há “paixão” e “confiança” — o que certamente ajuda a “azeitar” as coisas quando maus momentos ocorrem.
“Nós somos realmente privilegiados por trabalharmos com essa equipe, por ter por perto pessoas tão apaixonadas”, ele conclui. “Nós confiamos imensamente neles. Isso é o mais legal na Naughty Dog.”
Uncharted 4 terá maior sensação de liberdade
Bem, mas e o que há por baixo do discurso inflamado? Entre outras coisas, de acordo com os desenvolvedores, há um jogo com maior sensação de liberdade. Ainda em entrevista à Game Informer, Straley afirmou que em Uncharted 4: A Thief’s End Nathan Drake fará mais do que simplesmente subir, se agachar, se esgueirar e atirar. Em vez disso, pode ser necessário, por exemplo, lutar com inimigos ao girar, saltar e escorregar pelos cenários.
“Para nós, o combate em Uncharted funciona melhor quando há um fluxo, quando você não fica apenas atrás de uma cobertura, agachado, atirando nos inimigos”, disse ele, “mas quando você está em sua cobertura, flanqueado, e precisa saltar e se movimentar para baixo, para outro nível”.
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